#13 Livros, estar só e ser filha de mãe solteira — ❦ Amores, dores e pipocas psico-literárias
"A dor do abandono que eu ignorei durante décadas estava em cada livro que eu lia". Psicanálise, cinema e literatura discutidas sob o ponto de vista psicológico você encontra nesta news quinzenal.
⚠️ Este texto pode conter gatilhos emocionais.
— Eu não conheci meu pai e achei que era algo superado… A dor do abandono que eu ignorei durante décadas estava em cada livro que eu lia… Era algo inaudito mas que dentro de mim gritava.
— E como essa questão era tratava dentro da família? O fato de sua mãe ser solteira, visto que você nunca abordou esse assunto aqui.
— Agora, olhando para o passado… Entendi que o silêncio em torno de mim representava a vergonha da filha da mãe solteira. Eu era a vergonha para a minha família. Mas isso nunca foi falado com palavras… E me davam livros para eu não sair de casa, afinal, eu era a vergonha…
(… choro…)
Esse caso, que comecei a abordar em dezembro (clique aqui para ler o início), narra o caso clínico de uma paciente que a estar próxima da aposentadoria se dá conta de que algo estava errado em sua vida há décadas. Sem saber qual era a causa do mal estar, ela procurou minha ajuda. Ao passo que as sessões foram se aprofundando, ela se deu conta de que a literatura foi usado, inconscientemente pela sua família, como um recurso para mantê-la dentro de casa ao longo de sua infância e adolescência. O motivo? Ser filha de uma mãe solteira que morava em uma cidade com menos de dez mil habitantes. O preconceito enraizado na vergonha e vice e versa, moldaram os seus gostos. E agora, prestes a se aposentar, a literatura já não mais cumpria essa função.
“Um dos grandes desafios em criar um filho sozinha é o julgamento por parte da sociedade, já que o que é considerado “normal” é uma mulher se casar e ter filhos. Muita gente ainda aponta o dedo e tece comentários do tipo “mas você não se cuidou?” ou “como pôde deixar isso acontecer?”, culpando a mulher por ter sido irresponsável e inconsequente, como se conceber um filho fosse tarefa para uma pessoa só. O machismo ainda perpetua essa visão, o que torna a batalha das mães solo ainda mais desafiadora” (link aqui).
Soma-se isso ao fato de que, em uma cidade pequena, o “falatório sempre é temido como um mal e que se puder se evitado, melhor” (palavras da paciente). A questão que se impunha era: se os livros já não tinham mais sentido, com o que preencher esse vazio da figura paterna que a literatura preenchia? Ou, ainda, essa vazio fazia sentido após tantos anos?
Nem um e nem outro. A questão já não era mais o pai. Talvez nunca tenha sido para ela. As figuras próximas haviam preenchido os vazios deixados pelo pai ausente. A questão era uma só: sentir orgulho de sua história e, claro, de si mesma.
Amores, dores e pipocas psico-literárias
é uma publicação quinzenal aqui na IS.
Até daqui uns dias!
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IS Indica
Minha espécie é chamada de Tayrants. Nós fomos criados por seres supremos (chamamos eles de Celestiais) para proteger o maior e mais importante pertence deles, a árvore da vida. Meu pai, o rei, protege aquela árvore de qualquer coisa há mais de trezentos anos. E não posso dizer que toda a nossa segurança é exagerada, já que essa árvore sustenta o universo inteiro. E que por conta disso, meus avós criaram uma dimensão inteira apenas para esconder essa árvore. Além disso, eles também criaram uma guarda real. São umas variantes de soldados que ficam supervisionando o nosso povo. Não deixam absolutamente nada que não seja nossa espécie entrar ou sair daqui. Isto é um saco, pois eu sempre quis ver o lado de fora dessa dimensão! E tudo aqui é um tédio! Não posso fazer nada que considero divertido por ser um príncipe. Eu preciso ter essa tal "postura", além que já enjoei de tudo aqui nessa dimensão, nunca tem nada de novo para ver ou fazer.
Pelo menos não sou eu quem vai cuidar da árvore quando meu pai morrer, será o meu irmão Kal Hodan. Mesmo com todas essas leis e vigilância, eu um dia espero poder sair para ver o que tem fora da nossa dimensão.
O Tayrant Vermelho: A verdadeira face que os humanos revelam para as outras espécies é muito mais do que uma obra de ficção: ela conversa diretamente conosco enquanto seres que dividem o mundo com outras espécies. Mais do que um romance de literatura fantástica, apresentamos uma obra que conversa diretamente com quem somos e nos definimos enquanto humanidade.
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