#11 Terapia. Morte. Prisão. — O amor que buscamos nas palavras que calamos
Após assistir o documentário dos "Irmãos Menendez", voltei a pensar no relato de uma caso que atendi anos atrás de um assassino confesso.
⚠️ Antes de continuar, gostaria de avisar que esse texto pode conter gatilhos para pessoas potencialmente sensíveis aos relatos e/ou que tenham passado por uma situação parecida.
No último #10 Terapia. Assassinos. Prisão. — O amor que buscamos nas palavras que calamos, continuamos a entender um pouco mais sobre o caso do paciente que assassinou várias pessoas e decidiu buscar ajuda para entender o motivo que o levou a cometer crimes:
— Eu nunca imaginei que… o abuso… aquela desgraçada… que tudo viesse… — ele parou para ordenar os pensamentos, eu vi em seus olhos. — O que estou tentando dizer é que os estupros que sofri quando criança não podem servir como justificativa perante um juiz, certo doutor? E não quero isso também.
— Talvez tenhamos que nos concentrar em entender como o abuso que você sofreu durante anos afetaram toda a sua vida e deixar para o advogado pensar na estratégia jurídica. — Ele me olhava pensativo.
— Eu me entreguei, estou preso há mais de dois anos e só sinto culpa. Parece que sou aquela criança que era responsável pelo que acontecia, quando minha tia vinha me visitar e… — Ele fica quieto e eu me dou conta de que a troca de carcereiros estava acontecendo naquele momento na cadeia.
— Você foi uma vítima, está lavrado na sua mente. Hoje você não está mais na condição de vítima. Mas foi uma. E todo abusador, abusadora usa justamente isso: induz a vítima a pensar que é culpada pelo que está acontecendo. Desde quando crianças são capazes de se tornarem responsáveis pela ações do adultos? Você sabe que é uma pergunta redundante: crianças jamais podem ser responsabilizadas pelas ações de adultos que ao invés de cuidar delas, abusam… Pense nisso… Até a próxima semana.
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